Qual é o Empoderamento?

Créditos -Dayane Nascimento

Meu nome é Priscila, sou filha e neta de nordestinas e conto sempre que fui criada por uma feminista, bem nos anos 90. Desde cedo construindo em mim a importância de ser livre e buscar a liberdade em qualquer lugar que eu desejasse.

Os caminhos da igreja jamais me impediram de sentir, que os domingos de roda de samba e cerveja em casa, eram também o grito de que ali não seria permitido nenhum silenciamento.

Aos 30 anos, comecei a ler Djamila Ribeiro, Angela Davis, Audre Lorde, Bell Hooks e outras escritoras para me aprofundar nas narrativas sobre empoderamento e feminismo, mas foi bem antes que vi de perto que existe o meu direito de ir, vir, ser quem eu desejo e peitar qualquer um que me limitasse a ocupar qualquer lugar. Mesmo que em algum momento dessa trajetória minha identidade tenha sido fragilizada.

O Empoderamento e feminismo apesar de ter dado os largos no Brasil, ainda segue um caminho por vezes frágil, como cita Roxane Gay em seu livro Má feminista.

Temos construído um diálogo de o a todas e todos? Minha vizinha de 81 anos entenderia a linguagem das autoras que mencionei anteriormente ou preciso criar novas narrativas?

É tempo de ir mais fundo, mas sem perder a essência de estratégias pensadas, particularmente, em alcançar mais aliados para ir mais longe.

*Texto publicado na edição de dezembro do Jornal A Voz da Favela 2018