Depois de mais de uma década de maturação, o autor Pedro Poeta lança neste domingo, dia 8 de junho, sua nova obra literária: “Poesia Nossa de Cada Dia — Alimentos Poéticos para Inspirar o Cotidiano”. O livro, que será apresentado em um evento multiartístico no Centro da Pavuna, às 14h, é resultado de 11 anos de escrita, vivência e escuta — um trabalho visceral que percorre temas como identidade, erotismo, espiritualidade e poesia social.
A obra é dividida em cinco capítulos e, segundo o autor, é atravessada pela própria trajetória. “Tem um capítulo sobre mim, um sobre poesia social, outro sobre poesias eróticas e um de espiritualidade. Cada um fala de um pedaço de mim”, diz Pedro, que também é doutorando em Educação.
Um livro nascido da fé e da dor
Ao ser questionado sobre o título do livro, Pedro responde de forma simbólica e sensível: “O nome tem que ser uma inspiração. Eu conto essa história na introdução… Eu tava em recuperação de uma cirurgia de hérnia e fui a um terreiro de Candomblé em Belford Roxo. Ogum estava dançando e distribuindo pão. Me disseram: ‘faz um pedido’. Peguei o pão e pedi pelo meu livro. Na mesma hora, tive a ideia. No intervalo da gira, peguei o telefone e comecei a escrever ali mesmo, terminei dentro do Uber voltando para casa”
A espiritualidade, para Pedro, não está presa a uma religião. “Eu ponho minha fé na planta que quebra o asfalto e cresce”, diz. O livro, nesse sentido, também é uma oferenda, uma entrega feita com fé, dor e desejo de transformação.
Poesia como sobrevivência
Pedro Poeta vê na palavra uma ferramenta de existência e resistência. “A política tenta matar a gente antes mesmo da morte. Mata o nosso sentido de vida, a vontade de viver. A poesia ajuda as pessoas a continuarem vivas”, afirma.
Suas influências são fortes: “Gosto muito do Mano Brown. Pra mim, ele é um dos poetas mais completos. Como ele mesmo fala, ele é um ataque cardíaco do verso. Tenho um poema inspirado nisso e outro chamado Céu Cinzento, baseado na música de Luíz Gonzaga .”
O que Pedro espera do leitor
Sobre o impacto que espera causar com o livro, o poeta é direto: “Espero que desperte a vontade de viver. A autenticidade. Que as pessoas se conectem com quem elas são, com sua singularidade. Não precisam ser poetas. Precisam ser elas mesmas.”
Um lançamento que atravessa fronteiras
O lançamento de Poesia Nossa de Cada Dia acontece na Pavuna, e isso não é à toa. “Eu moro na fronteira entre o Rio e a Baixada Fluminense. Desde pequeno, atravesso fronteiras. Quero que esse evento seja isso também, que ele atravesse as fronteiras do pensamento, seja uma confluência. Vai ter gente da Pavuna, da Lapa, da Zona Sul. Vai ser um encontro entre diferenças”, diz Pedro.
Além do sarau, o evento contará com apresentações artísticas e venda do livro, que posteriormente também estará disponível pelas redes sociais do autor (@pedropoetarj).
Uma poesia que pulsa as ruas
Entre as potentes poesias do livro, uma delas, escolhida pelo próprio autor, fala sobre a tensão entre escola e favela, paz e guerra:
Se a escola é um lugar de paz
A rua é um lugar de guerra
Amanhece mais um dia
Operação na favela, o lugar de paz tá fechado, nem pensar em pisar nas viela
[…]
Mas não seria melhor acabar com a guerra?
Quem lucra com ela? Quem lucra com ela?
Próximos os
Pedro afirma que, por ora, não tem outro projeto literário em andamento. Seu foco está no doutorado em Educação, que também envolve um escrita poética. “Esse é meu projeto agora. Vai demorar uns quatro anos pra eu botar um texto pra fora de novo.”
SERVIÇO:
📅 Data: 08 de junho (domingo)
🕑 Horário: a partir das 14h
📍 Local: Praça Copérnico – Estação do Chopp, Centro da Pavuna
📖 Livro à venda no local
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